quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Mi Buenos Aires querido- Uma viagem em família - Cap. 4 (último) - Vamos ao tango ........

07/07/2017- Sexta feira - Indo comprar vinhos  e cervejas  e à noite  show de tango.

08/07/2017- Sábado- Conhecendo o bairro de San Telmo e depois a volta ao Caminito (último dia). 


                                                      07/07/2017- Sexta feira

A chuva e o frio não davam trégua, mas estávamos dispostos impedir que esses dois elementos nos desanimassem, muito pelo contrário, assim sendo ,  após nossa rotina matinal, saímos , com guarda chuvas a postos para cumprir nosso intento , que era de  comprar , alguns queijos, cervejas  e vinhos  gostosos e baratos .

Nos indicaram mercados "Dia" ou "Carrefour Express" na  Calle Perú, porém após fazer várias pesquisas percebemos que conseguiríamos nosso intento mesmo, nos Mercados Chinos, que estavam bem mais próximos inclusive do Hotel , onde encontraríamos tudo o que queríamos . Nesses caminhos , também entramos em alguns antiquários , pois em Buenos Aires há muitos , vimos muitos produtos interessantes , porém caríssimos .

De volta ao hotel, guardamos nossas compras  e fomos almoçar num restaurante bem popular , muito próximo, chamado "El Nacional ", preços bem em conta, porém a qualidade deixa a desejar .

Voltamos ao hotel e despedimo-nos de Mariana , que iria à uma aula de dança . Junto à mesma empresa que fez o passeio panorâmico, encomendamos para essa noite (21 hs)  um Show  de tango, com translado ida e volta , mais jantar,  com bebida inclusa , por 700 pesos por pessoa (uma pechincha), em torno de R$130,00 por pessoa . Natália e Mariana não quiseram ir, portanto essa noite romântica será só minha e da Silvia .

Enquanto  aguardávamos a chegada do translado, ficamos assistindo TV e passei por todos os tipos de programação e comento com Silvia , que os dubladores argentinos devem ter boas chances de emprego, pois todos os programas , filmes e noticiários são na língua local , não há por exemplo , filmes americanos em inglês com legendas .


                                                         Que venha o Tango

Às  19:30 hs  uma enorme Van estaciona na esquina do hotel , ela nos levará ao show, mas não sem antes passar por outros hotéis para pegar outros turistas (mais quatro). Ficamos surpresos
ao percebermos que em um dos hotéis subiram , um casal de Poços de Caldas , o mesmo que já tinha feito o panorâmico conosco, conversamos bastante no caminho.

Chegamos na casa de espetáculos , que se chama "Cátulo Tango". Cátulo Castillo, em 1955 foi um dos perseguidos pela ditadura militar, viveu de 1906 a 1975 e  entre várias outras atividades  foi um grande compositor e cantor de tango, além de Gardel e tantos outros , a casa fica em pleno coração do bairro Abasto, que é um bairro boêmio , o mesmo onde viveu o maior mito do tango argentino . Ainda na recepção perguntam quem dos visitantes era aniversariante e Silvia prontamente anuncia que estamos completando naqueles dias 35 anos de casados ( nem eu acredito, que chegamos lá ).

Vamos então  para nossa mesa , onde um simpático garçom começa a nos servir , primeiro a entrada , que são saladas , depois o prato principal, o meu foi um chorizo com batatas e Silvia pediu pescado (Salmão), isso tudo regado a água e vinhos tinto e depois veio a sobremesa , um Petit Gateau, A decoração do local era toda típica , com muitas fotos nas paredes de Cátulo e Gardel. Fotografamos o que pudemos , o show não poderia ser.

Antes do show começar, o mestre de cerimonias já anuncia os aniversariantes  e inclusive o nosso de casamento, o espetáculo é composto de  3 cantores (2 homens e 1 mulher) e 5 casais de dançarinos , posso dizer que saímos de lá maravilhados com a destreza da dança, a sensualidade , a leveza e a sensibilidade artística que aquela apresentação de uma hora e meia nos proporcionaram. Os trajes, o olhar sério e sofrido, tudo isso faz parte do universo do tango. Saímos de lá maravilhados .

Chegamos no hotel às 24:45 hs , a chuva não dava trégua, porém lá íamos nós para o quentinho de nossa cama .



                                                       08/07/2017- Sábado

Acordei um pouco mais cedo que o habitual, pois a Natália estará saindo do hotel às 8:40hs, horário em que o pessoal do translado virá busca-la para leva-la ao aeroporto. Acompanho-a até a saída e despedimo-nos . Natália tentará resgatar e levar para casa o Biscoito ( nosso cãozinho)  , que está numa pensão para cães de muita confiança, de uma amiga da Mariana.

Mariana, chegou tarde da balada , então após nosso desayuno saímos eu e Silvia para conhecer o bairro e a feira de San Telmo. Vamos caminhando e aí notamos que aquele centro da cidade que vive apinhado de gente, por ser sábado está deserto, lojas abertas , apenas em lugares turísticos mesmo. Pegamos a rua Defensa e fomos caminhando , até chegarmos à feira são 1, 3 Kms de distância . Quando chegamos ao bairro , já notamos suas características claramente , muitas lojas de antiguidades, jóias e semi jóias , pedrarias , artesanato ,  enfim.

Um lugar que achamos especialmente  bonito foi o Mercado de San Telmo, onde as antiguidades se misturam com gastronomia , paramos lá e tiramos muitas fotos, principalmente da arquitetura do local . Depois fomos à feira , o mau tempo  e o fato de ser sábado (pois o forte dessa feira é domingo) fizeram com que ela estivesse um pouco esvaziada , mesmo assim pudemos apreciar um pouco os produtos dos artesões . Silvia , se matava  de  rir, pois enquanto estávamos conversando com uma vendedora , levei uma bela cagada de passarinho na mão e na blusa , dizem que é um sinal de boa sorte.

Voltamos para o hotel  e já estava no horário do almoço, encontramos Mariana e resolvemos resgatar a volta ao Caminito, lá chegando antes de passearmos pelo bairro, fomos procurar um bom lugar para almoçar  e encontramos o Restaurante Estacion Caminito, que fica ao lado da linha de trem . Lá saboreamos uma suculenta paella, acompanhada de Sangria , ouvindo um simpático cantor  e um casal de dançarinos de tango. Em dado momento o cantor me pediu que eu sugerisse um tango para ele cantar  e adivinhem o que eu pedi? "Por una cabeza ". Mariana achou incrível , o fato de que,  de vez em quando ele saia de dentro do restaurante para ir cantar na entrada lá fora , tudo para  tentar chamar o público.

Após esse almoço, passeamos pelas ruas do bairro , cheio de gente e muito alegre , com vários dançarinos e dançarinas de tango  por toda parte . Na volta pensamos em pegar um ônibus para curtir um pouco o passeio, mas estava muito demorado e acabamos voltando de táxi mesmo. Hoje nossos programas e nosso dinheiro acabaram, então nosso último dia foi isso .

No  domingo de manhã , quem foi nos buscar para o translado até o aeroporto ? Sebastião , o mesmo que nos recebeu quando chegamos a Buenos Aires  e que após passar pelo Museu Nestor Kirshner , que é um prédio majestoso, logo em frente avistamos o Palácio das Armas , onde vemos várias manobras e aí Sebastião nos lembra que é o aniversário da independência argentina.

Deixamos esse país irmão, com a melhor das impressões, fomos muito bem recebidos, tratados como um povo irmão  e creio que deveríamos parar com as piadinhas sobre a suposta soberba argentina, pois es não presenciei nada disso, mas vi um povo que dá muito valor à sua cultura e suas raízes.