sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Capítulo 4- Saindo de Viña del Mar

03/10/2013 – Quinta-feira  

                                            Saindo de Viña del Mar

Acordamos , tomamos nosso desayuno (café da manhã)  e repetimos algo que se tornaria uma pesada e penosa tarefa ao longo de toda a viagem, arrumar as malas no Orlando (nosso carro). Antes de irmos embora dessa cidade litorânea fantástica e linda ainda queríamos fazer uma coisa . Contornar  a orla de carro chegar à última praia , que ficaria a uns 5 a 7 Km de distância do centro pra encontrar as dunas que a Mariana tanto queria conhecer .

No caminho já nos detivemos algumas vezes para curtir o visual de algumas paisagens maravilhosas , como a praia de Reñaca que é provavelmente a mais badalada e do pessoal mais endinheirado. Visual muito bonito , o mar, a praia, as casas, os prédios e hotéis  daquele lugar são realmente deslumbrantes , mas o deslumbre maior ainda estava por vir . Chegamos  ao local chamado de Punta Dumas Concon, onde à direita víamos dunas altíssimas e à esquerda rente ao mar e a um grande paredão rochoso encontramos um mirante que simplesmente  roubou nosso ar por alguns instantes , pois de lá tínhamos a vista de toda a orla e de uma gigantesca área de mar totalmente azul .Nos dias anteriores por estar muito nublado não tínhamos conseguido enxergar esse colorido. Nesse mirante há uma placa indicando que ali existia o clima para inspiração dos poetas e citava Pablo Neruda e Gabriela Mistral.  Ismália estava extasiada , Silvia e Mariana tiravam fotos sem parar , eu e o Osmar estávamos boquiabertos . Junto ao mirante existe uma placa indicando “perigo tsunami” . Lógico que eu não gostaria de  estar por perto se ali ocorresse isso , mas usando um trocadilho, aquilo tudo era um tsunami de belezas.  Pronto nossa despedida da cidade  estava  perfeita .


                                                 Rumo a Curicó


Estamos agora a caminho de Curicó que é uma cidade  de 120.000 habitantes  e que fica na região centro-sul do Chile , também é uma  forte região  produtora de vinhos e pela estrada vemos : tanto os imensos parreirais , como as entradas e os nomes de várias Vinícolas.  Nossa viagem até o destino é de 280 Km e vamos demorar em torno de 3 hs e meia para chegar no objetivo. Daqui para frente sempre estaremos indo sentido sul do país  rumo até a Argentina. No meio do caminho paramos para almoçar num Posto de Serviços COPEQ e naquele momento todos estávamos light, pois a maioria comeu salada , coca zero. A Ismália é claro , pediu uma empanada vegetariana e o Osmar que não é fraco não , comeu um Hamburger largo e depois para matar a fome serviu-se de um hot- dog  de  22 cms . Como era grande , meu São Sarapião.

Mas como ninguém é de ferro ,alguns quilômetros antes de chegar na cidade  entramos e paramos na Vinícola Miguel Torres . Como chegamos em torno de 6 da tarde , eles já estavam fechando para visitação, porém para não perdermos a viagem, um gentil casal nos fez uma exposição dos vinhos e ofereceu degustação de três tipos de uvas  . Aproveitamos então para comprar duas embalagens de dois vinhos cada , da marca Santa Digna,  Cabernet Sauvignon, que iríamos consumir em questão de horas em Curicó.

Chegamos na cidade e fomos examinar a pousada que haviam nos indicado. Os donos, são um casal , ela chilena, ele alemão (Daniel) . Gostamos do lugar e iniciamos nosso ritual de tira mala, põe mala. Nos indicaram um restaurante simples,  porém a comida excelente , o nome lembrava alguma coisa como “El Marinheiro”, todos comemos pescados , truta, salmão e conglio e a Lia é lógico teve que inventar um prato, Após terminarmos, a dona do restaurante de uma forma muito amável , ofereceu para provarmos umas  cerejas em conservas que ela mesmo fazia . Todas as mulheres ficaram fascinadas , apesar do açúcar que minha diabetes não permite eu também provei e constatei que o assombro feminino tinha razão de ser.


Chegando de volta à pousada, o Osmar pediu ao Daniel se poderíamos usar sua mesa de jantar para tomarmos um vinho , comer um queijinho e bater um papo, tudo resolvido fomos fazer nosso fim de noite , só não contávamos que o alemão talvez tivesse imaginado uma conversinha de quinze minutos, porque quando percebemos ele estava numa sala do lado a nossa dormindo sentado e roncando , certamente esperando a gente terminar nossa festinha, percebendo o incômodo da situação,  nessa noite fomos dormir mais cedo. É importante não esquecer que logo de manhã após o café da manhã iríamos embora, mas todo mundo nos falava que não fossemos sem antes passar do “ Montero”, que é uma loja de tortas  bolos e alfajores super tradicional da cidade, que existe desde 1891. Quem sabe com sorte, eles  também  teriam  umas empanadas assadas, kkkkk. 























quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Capítulo 3- Viña del Mar

02/10/2013-  Quarta feira   Viña del Mar


Após uma noite bem dormida  e um dia anterior extenuante , acordamos e fizemos nosso café da manhã,  conversamos um pouco e a  Mariana contou que seu namorado Renato estava  indo em casa dia sim dia  não para cuidar, passear e distrair um pouco o Biscoito (nosso cãozinho) , êle é um Lhasa Apsu, que é uma raça  de alguns comportamentos muito bem definidos , ao mesmo tempo que é extremamente carinhoso e brincalhão, também é muito carente e dependente , então nós sabíamos que da mesma forma que principalmente a Mari, mas também eu e a Silvia estávamos sentindo falta dele , o Biscoitinho  também com certeza estaria se ressentindo muito com a nossa ausência.
No dia anterior também havíamos aprendido a arte do caixa único, tínhamos um livreto no carro em que eu e o Osmar juntávamos 10.000 pesos chilenos para pagamento de algumas despesas comuns, principalmente os pedágios (que não são poucos).

Bem , saímos os cinco para a rua e nos dirigimos sentido praia que estava a uns 500 mts do prédio onde estávamos à esquerda . Lá chegando já encontramos um dos principais pontos turísticos da cidade, o relógio das flores ,já estavam lá um grupo de estudantes  aos quais aproveitamos para que  tirassem fotos do nosso grupo completo. Depois fomos caminhando junto à orla em direção ao centro. Lá encontramos um castelo que começou a ser construído no fim do século XIX por um alemão e que hoje faz parte da municipalidade . Junto às pedras na praia , víamos muitos pelicanos , gaivotas e condoritos. O frio intenso daqueles primeiros dias não nos permitia sequer imaginar , colocar uma roupa de banho, mas conhecer e caminhar por aquelas praias já era um deleite para os olhos.

Em determinado trecho  tivemos que sair da orla e pegar uma paralela em função de obras e aí passamos em frente  ao Cassino, onde à noite iríamos para conhecer e quem sabe perder muito dinheiro.

Achamos um restaurante com uma atendente muito simpática e pedimos o “Menu” que são o equivalente no Brasil aos nossos pratos do dia . A diferença é que  esse pedido incluía um aperitivo de entrada que podia ser :  batida ,  whisky  ou Pisco  A entrada  poderia ser  sopa ou salada e o prato principal poderia ser pescado ou vacuno (carne de boi)  com batatas assadas (sempre as batatas). Novamente a Ismalia teve que negociar um prato que fosse o mais vegetariano possível . O Osmar eu tomamos cervejas e a Silvia , vinho .  Esse almoço foi extremamente agradável

Nisso já tínhamos andado  umas dez quadras e a Sílvia ainda queria ir para um museu , cujo nome deveria ser Koch e que ninguém sabia ao certo onde era. Para mim estava de bom tamanho, depois soube que  nesse museu eles viram esculturas de moais da Ilha de Páscoa , perdi um bom passeio, mas estava cansado . Pedi desculpas e disse que voltaria para o apartamento. Apesar de estar bastante longe ,  confiei no meu senso de direção e voltei sozinho. Depois de uma hora e meia mais ou menos , que eu já estava lá descansando , o Osmar chegou dizendo que as mulheres foram em mais um negócio de artesanato e que aí foi a vez dele cair fora . Chegou e me convidou para tomar uma cerveja em um barzinho qualquer. Após muito pensar , por cinco segundos,  topei  e fomos , quando estávamos na segunda cerva , as meninas passaram exatamente onde estávamos e aí compramos as coisas para diversão noturna: queijo, salame e  vinhos. Lia procurava inutilmente por Empanadas assadas de queso  , mas só conseguia achar  as fritas . Eu não entendia como ela ainda não tinha enjoado disso, mas se fala isso, ela já vem logo dizer “eu não sei como vocês não enjoam de cerveja”, então deixa ela com suas empanadas .  

À noite antes de nossa festinha habitual  eu , Silvia e a Mariana resolvemos conhecer o Cassino, o lugar super imponente e luxuoso, após pagarmos a entrada e vermos uma moça super bem arrumada pedindo dinheiro na entrada , adentramos àquele lugar do diabo. Joguei uma vez na roleta e ganhei , na segunda perdi e na terceira perdi. Pronto minha vida de  jogador havia acabado. Mariana experimentou uma vez a roleta , perdeu e depois fomos aos  caça níqueis , onde a Sílvia se entusiasmou por jogar  e acabou ganhando um pouco, o equivalente a uns 5 reais. Trocamos tudo o que ganhamos no caixa e nosso saldo total foi um prejuízo de 25 reais . Vimos muita gente perdendo muito dinheiro e aí a Mariana falou uma frase emblemática , ela não tinha visto rostos felizes lá dentro do cassino , mas apenas cenhos franzidos  de preocupação. É a casa do diabo.



Terminamos a noite no apto. entre queijos, salames e vinhos , isso sim era gastar  bem o dinheiro. Partiremos amanhã para outro destino, mas ainda veremos algo em Viña  del Mar cuja beleza  nos assombrará  pelo resto dos nossos dias . 






quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Capítulo 2- Conhecendo os Andes




Terça- feira    01/10/2013           


Após um primeiro dia com alguns percalços, realmente temos que nos render ao ditado que diz que de dia tudo parece melhor, pois após tomarmos nosso café da manhã , simples , mas gostoso, Silvia descobre que o problema do caixa foi não termos avisado o Banco sobre a  viagem, e assim ela acionou  nossa parente e amiga Fernanda Turco para nos ajudar  do Brasil e ela o fez , embora um pequeno inconveniente ainda poderia nos atrapalhar , a greve dos bancários . Só saberíamos se daria certo ou não quando tentássemos no próximo caixa . A Mariana havia dormido como um anjo e a Silvia, a Lia e o Osmar também declararam que desmaiaram , portanto cá entre nós o único que havia dormido mal era eu.

Bem, nossa próxima ação foi conhecer aquele que iria nos servir e nos acompanhar até o fim da viagem, o Orlando (nome do meu falecido pai), uma  tremenda SUV que a GM chilena nos arrrumou para que fizéssemos todo o resto de  nosso passeio de forma terrestre. O Luis (gerente da GM chilena), tem o agradecimento de todos nós , pois aquele veículo operou milagres ( se é que existem)  pois além de levar nós cinco e nosso arsenal de bagagens, ultrapassou fronteiras e resistiu bravamente  a todo tipo de  terrenos.


                                      Rumo a Portillo e tendo nossa primeira divergência.


Portillo fica 164 Km ao norte de Santiago, entre as cordilheiras e é a rota para ir para  o lado Argentino em direção a Mendoza.
Antes porém no caminho paramos na cidade de   Los Andes para almoçarmos  e ali tivemos nossa primeira divergência . Eu até então estava dirigindo o Orlandinho e nesse restaurante tivemos  nosso primeiro contato com alguns termos da culinária chilena. O grupo com gostos diversos : A  Mariana por exemplo não come carne de boi, mas come e gosta de pescados , a Silvia eu e o Osmar comemos de tudo, inclusive  peixes. Silvia e a Mariana comeram truta e salmão com purê de batatas e salada, eu pedi uma chuleta de cerdo (bisteca de porco novo) com batatas e arroz , o Osmar pediu um Pollo a Lo pobre , que são a coxa e a anti coxa grandes com dois ovos fritos e papas (batatas) fritas , aquilo era para pobre comer e não reclamar da vida, a Ismalia  daí em diante sempre iria ter dificuldade para comer  e nesse dia ela pedia salada completa e batatas . O problema foi quando pedimos uma garrafa de vinho para acompanhar o almoço. A Lia começou  a dizer que discordava  que eu e o Osmar dirigíssemos após beber. Eu argumentava que uma taça de vinho não afetaria o discernimento de ninguém para dirigir . Foi baixando uma nuvem escura na mesa . A Mari percebendo a situação tomou a iniciativa e disse que queria ir dirigindo até Portillo.
O caminho até lá  já é particularmente lindo  e a subida do morro gelado que leva até lá tem 32 curvas , mas ao  chegar o que vimos recompensou qualquer dificuldade. O Hotel Portillo é muito lindo ,  a laguna Del Inca que fica aos pés dos montes gelados e a sensação de andar na neve pela primeira vez é indescritível, o  que incomodava era o frio de 6 graus com um vento cortante que nos dá a sensação de zero. Apesar da beleza indescritível da paisagem , entrar no Hotel quentinho e tomar um café igualmente quente foi muito bom. Ali no hotel tivemos uma ótima surpresa , lá havia cajás (ou  os caixas eletrônicos) e voilá de repente as duas famílias voltaram a ter dinheiro no bolso (pesos chilenos) , o almoço já tinha sido pago com tarjeta(cartão de crédito). Felizes da vida e ainda inebriados com o visual saímos de lá  e pegamos o carro para continuar viagem rumo a Viñas del Mar, que é o litoral badalado do Chile , aí o Osmar foi dirigindo, acho que a Lia tinha esquecido, ou eles não confiaram na Mari dirigindo, apesar que ela tinha ido muito bem.


                                           Praia que te quero praia

Após uma viagem de mais umas duas horas e após passar por fora de  cidades importantes como Valparaiso e  Valdívia  chegamos à Viña del Mar, uma cidade agradabilíssima ,   não só a primeira vista, mas o mais importante naquele momento era achar o apartamento que tínhamos alugado e  tirar as malas  do carro. Como vínhamos daquela experiência do Hostel de Santiago estávamos apreensivos, porém tivemos uma agradável surpresa. A apartamento era muito bonito, o edifício moderno, com wi-fi, TV LCD,  DVD,  uma pequena porém funcional cozinha, uma suíte , um quarto com duas camas de solteiro e um sofá cama na sala , pronto estava perfeito.


Nesse dia só seria possível dar uma pequena volta de reconhecimento e  comer alguma coisa , guardando forças para o dia seguinte que seria intenso. Aí surgiu mais uma divergência .  Já na rua,  a Silvia começou a falar de comprar no supermercado coisas para o café da manhã e a Ismália dizia que não viajava para ficar tendo trabalho em cozinha e  que independente de qualquer coisa ,  ela e o Osmar fariam o café da manhã numa padoca . Só que a Lia esquecia um pequeno detalhe, as padarias do Chile e de vários outros lugares,  só fazem pães e doces , que,  segundo as meninas , folheados   com creme  super saborosos  , portanto,  não são como no Brasil e particularmente em São Paulo, onde  padarias são sinônimos de lojas de conveniência e quase restaurantes ,                     aí  ela teve que se resignar a ajudar a comprar as coisas (Leite, danones, manteiga  pão e bolachas  para comermos no apartamento. Enquanto isso do outro lado de Gothan City eu e o Osmar escolhíamos os vinhos, o queijo e o salaminho  que iríamos tomar e comer  logo mais no nosso novo habitat. Antes de irmos  para o apartamento , em uma simpática lanchonete comemos empanadas (que iriam nos perseguir pelo resto da viagem) . Chegando à nossa nova morada  tomamos vinho, sucos , comemos queijo e salame , demos algumas risadas de todos os acontecimentos e fomos dormir,  nos preparando para as agradáveis surpresas do  dia seguinte.  Novamente  a pessoa para quem estava tudo bem , mesmo que estivesse dormindo num sofá,  era a Mariana, que estava demonstrando um ótimo senso prático e de grupo. A Silvia como sempre já tinha na cabeça a programação completa do dia seguinte. Eu às vezes a critico , mas se não fosse ela e seu detalhismo nós estaríamos fu................ O amanhã nos aguarda .  














        

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Capítulo1: Chile e uma parte da Patagônia Argentina

Ano Estelar  2013


Diário de bordo 30/09/2013



Para quem me conhece é fácil entender porque comecei desse jeito em tom de brincadeira . A  verdade é que sempre fui muito ligado em ficção científica e aventura  e embora não esteja narrando nenhum fato que seja apenas fruto da minha imaginação, uma viagem afinal de contas é sempre uma aventura, principalmente quando você está saindo fora de seu país e onde por mais que você programe as coisas (e a Silvia é especialista nisso) o inesperado sempre fará uma ou várias surpresas. Esse passeio está se revestindo de grande importância pois além de irmos eu, minha esposa Silvia , um casal de amigos, Osmar e Ismália , também está indo Mariana , minha filha mais velha de apenas 26 anos , com quem algum tempo atrás tive sérios atritos e apesar disso já estar superado , essa viagem poderia ser um momento de selarmos de vez um relacionamento de amor de pai e filha que para mim é tão importante. É uma pena que minha filha Natália , por estar recém empregada , não pudessse  ir conosco, tenho certeza que ela teria adorado, na próxima aventura ela deverá estar junto, nessa aqui além de ficar em casa, ficou tomando conta de nosso cãozinho (Biscoito é o nome do figura).


Rumo ao Chile  e “Viva Allende”

 
O tão esperado  dia da viagem finalmente chegou. Malas prontas , eu  , Silvia e Mariana estamos saindo de casa com a Spin (Chevrolet), nós três e a bagagem que não é pouca , passamos da casa de minha irmã (Magali) e meu sobrinho Rodrigo vai levar a nós todos e depois trará o carro para minha casa .  Após apanha-lo  rumamos  para a casa de Osmar e Lia (diminutivo de Ismália) , os apanhamos ( a eles e as malas que também não eram poucas )  e seguimos para o aeroporto de Cumbica .

Lá chegando fazemos o check-in, despachamos as malas (apenas as de bagagem) e fazemos um pouco de hora para o embarque que deveria ser às 15 hs. Em nosso mesmo vôo há uma delegação de atletas cadeirantes paralímpicos  e devido à dificuldade de operacionalização de todos esses passageiros o vôo acaba atrasando em torno de uma hora .

Após quatro horas de vôo,  com alguns solavancos começamos a sobrevoar  Santiago, nos preparando para a aterrissagem, é uma pena que já  chegamos à noite e não pudemos apreciar do alto a vista das cordilheiras , mas não faltará oportunidade . Após o avião tocar o solo , voilá  , estávamos na terra de Allende, Pablo Neruda ,  Gabriela Mistral e do Colo Colo (time mais popular do Chile, que se assemelha ao meu Corinthians  no Brasil).

Já  em terra firme e  com as bagagens em mãos tivemos nosso  primeiro obstáculo em terras chilenas . Não levamos nenhum dinheiro em moeda local  e os caixas  eletrônicos não estavam aceitando o cartão de débito da Silvia , dessa forma não tínhamos dinheiro nem para  tomar um café no aeroporto.

Depois através de negociação de pagamento em  cartão de crédito  fretamos um táxi van
e nos dirigimos para o Hostel que a Silvia havia reservado , apenas para passarmos aquela noite . A decepção foi geral, apesar de termos sido bem atendidos  era um muquifinho, afora isso  o frio era cortante  e estávamos com fome.

Conseguimos trocar   alguns dólares com os donos do “ Hostel “ e fomos a uma barraca em frente comer lanches, aí tivemos eu e o Osmar outro tipo de problema ( eles não vendiam cerveja), pronto,  nosso dia estava completo, mas  mantivemos o bom humor acreditando que no dia seguinte tudo seria melhor.

Voltamos para nossos alojamentos para dormir e esquecer o frio intenso, antes de entrar para os quartos , encontramos lá na hospedagem um  estudante brasileiro universitário paraense que sinceramente, fiquei muito em dúvida se ele não tinha cheirado uma carreirinha , pois após nos contar entusiasmado ,que a juventude no dia do aniversário do golpe militar de Pinochet (11/09/73) havia feito manifestações  e tinha havido muito quebra quebra, até aí tudo bem , no Brasil também tinha acontecido isso e para finalizar com chave de ouro ao falar sobre Cuba o rapaz entristecido falou que Fidel havia morrido,  ao ver-nos perplexos dizer que isso não tinha acontecido , ele sai com essa: pode não ter morrido fisicamente , mas a mente já se fue. Aí foi demais fomos dormir para ver se um novo dia chegava logo.

Nosso quarto tinha duas camas de solteiro e um beliche , para onde a Mariana se dirigiu alegremente para dormir na cama de cima , ela só se esqueceu que a cama estava bem próxima do teto que era baixo, portanto deu uma testada na parede para fechar com chave de ouro aquele primeiro dia . Como seriam os próximos dias , que surpresas nos aguardavam ? Nada de querer saber a resposta , só queríamos desmaiar em nossas camas. 

As fotos poderão ser vistas a partir do segundo capitulo. Vale a pena aguardar o próximo post.