quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Capítulo 2- Conhecendo os Andes




Terça- feira    01/10/2013           


Após um primeiro dia com alguns percalços, realmente temos que nos render ao ditado que diz que de dia tudo parece melhor, pois após tomarmos nosso café da manhã , simples , mas gostoso, Silvia descobre que o problema do caixa foi não termos avisado o Banco sobre a  viagem, e assim ela acionou  nossa parente e amiga Fernanda Turco para nos ajudar  do Brasil e ela o fez , embora um pequeno inconveniente ainda poderia nos atrapalhar , a greve dos bancários . Só saberíamos se daria certo ou não quando tentássemos no próximo caixa . A Mariana havia dormido como um anjo e a Silvia, a Lia e o Osmar também declararam que desmaiaram , portanto cá entre nós o único que havia dormido mal era eu.

Bem, nossa próxima ação foi conhecer aquele que iria nos servir e nos acompanhar até o fim da viagem, o Orlando (nome do meu falecido pai), uma  tremenda SUV que a GM chilena nos arrrumou para que fizéssemos todo o resto de  nosso passeio de forma terrestre. O Luis (gerente da GM chilena), tem o agradecimento de todos nós , pois aquele veículo operou milagres ( se é que existem)  pois além de levar nós cinco e nosso arsenal de bagagens, ultrapassou fronteiras e resistiu bravamente  a todo tipo de  terrenos.


                                      Rumo a Portillo e tendo nossa primeira divergência.


Portillo fica 164 Km ao norte de Santiago, entre as cordilheiras e é a rota para ir para  o lado Argentino em direção a Mendoza.
Antes porém no caminho paramos na cidade de   Los Andes para almoçarmos  e ali tivemos nossa primeira divergência . Eu até então estava dirigindo o Orlandinho e nesse restaurante tivemos  nosso primeiro contato com alguns termos da culinária chilena. O grupo com gostos diversos : A  Mariana por exemplo não come carne de boi, mas come e gosta de pescados , a Silvia eu e o Osmar comemos de tudo, inclusive  peixes. Silvia e a Mariana comeram truta e salmão com purê de batatas e salada, eu pedi uma chuleta de cerdo (bisteca de porco novo) com batatas e arroz , o Osmar pediu um Pollo a Lo pobre , que são a coxa e a anti coxa grandes com dois ovos fritos e papas (batatas) fritas , aquilo era para pobre comer e não reclamar da vida, a Ismalia  daí em diante sempre iria ter dificuldade para comer  e nesse dia ela pedia salada completa e batatas . O problema foi quando pedimos uma garrafa de vinho para acompanhar o almoço. A Lia começou  a dizer que discordava  que eu e o Osmar dirigíssemos após beber. Eu argumentava que uma taça de vinho não afetaria o discernimento de ninguém para dirigir . Foi baixando uma nuvem escura na mesa . A Mari percebendo a situação tomou a iniciativa e disse que queria ir dirigindo até Portillo.
O caminho até lá  já é particularmente lindo  e a subida do morro gelado que leva até lá tem 32 curvas , mas ao  chegar o que vimos recompensou qualquer dificuldade. O Hotel Portillo é muito lindo ,  a laguna Del Inca que fica aos pés dos montes gelados e a sensação de andar na neve pela primeira vez é indescritível, o  que incomodava era o frio de 6 graus com um vento cortante que nos dá a sensação de zero. Apesar da beleza indescritível da paisagem , entrar no Hotel quentinho e tomar um café igualmente quente foi muito bom. Ali no hotel tivemos uma ótima surpresa , lá havia cajás (ou  os caixas eletrônicos) e voilá de repente as duas famílias voltaram a ter dinheiro no bolso (pesos chilenos) , o almoço já tinha sido pago com tarjeta(cartão de crédito). Felizes da vida e ainda inebriados com o visual saímos de lá  e pegamos o carro para continuar viagem rumo a Viñas del Mar, que é o litoral badalado do Chile , aí o Osmar foi dirigindo, acho que a Lia tinha esquecido, ou eles não confiaram na Mari dirigindo, apesar que ela tinha ido muito bem.


                                           Praia que te quero praia

Após uma viagem de mais umas duas horas e após passar por fora de  cidades importantes como Valparaiso e  Valdívia  chegamos à Viña del Mar, uma cidade agradabilíssima ,   não só a primeira vista, mas o mais importante naquele momento era achar o apartamento que tínhamos alugado e  tirar as malas  do carro. Como vínhamos daquela experiência do Hostel de Santiago estávamos apreensivos, porém tivemos uma agradável surpresa. A apartamento era muito bonito, o edifício moderno, com wi-fi, TV LCD,  DVD,  uma pequena porém funcional cozinha, uma suíte , um quarto com duas camas de solteiro e um sofá cama na sala , pronto estava perfeito.


Nesse dia só seria possível dar uma pequena volta de reconhecimento e  comer alguma coisa , guardando forças para o dia seguinte que seria intenso. Aí surgiu mais uma divergência .  Já na rua,  a Silvia começou a falar de comprar no supermercado coisas para o café da manhã e a Ismália dizia que não viajava para ficar tendo trabalho em cozinha e  que independente de qualquer coisa ,  ela e o Osmar fariam o café da manhã numa padoca . Só que a Lia esquecia um pequeno detalhe, as padarias do Chile e de vários outros lugares,  só fazem pães e doces , que,  segundo as meninas , folheados   com creme  super saborosos  , portanto,  não são como no Brasil e particularmente em São Paulo, onde  padarias são sinônimos de lojas de conveniência e quase restaurantes ,                     aí  ela teve que se resignar a ajudar a comprar as coisas (Leite, danones, manteiga  pão e bolachas  para comermos no apartamento. Enquanto isso do outro lado de Gothan City eu e o Osmar escolhíamos os vinhos, o queijo e o salaminho  que iríamos tomar e comer  logo mais no nosso novo habitat. Antes de irmos  para o apartamento , em uma simpática lanchonete comemos empanadas (que iriam nos perseguir pelo resto da viagem) . Chegando à nossa nova morada  tomamos vinho, sucos , comemos queijo e salame , demos algumas risadas de todos os acontecimentos e fomos dormir,  nos preparando para as agradáveis surpresas do  dia seguinte.  Novamente  a pessoa para quem estava tudo bem , mesmo que estivesse dormindo num sofá,  era a Mariana, que estava demonstrando um ótimo senso prático e de grupo. A Silvia como sempre já tinha na cabeça a programação completa do dia seguinte. Eu às vezes a critico , mas se não fosse ela e seu detalhismo nós estaríamos fu................ O amanhã nos aguarda .  














        

Um comentário:

  1. Ah, Fernando! Que beleza o bom senso da Mariana! Por isso dizem que não devemos confiar em quem tem mais de trinta! kkkkkkkk. Quanto aos trabalhos na cozinha, concordo com a Ismália, em partes, mas dependendo do quanto se tem nos bolsillos, é melhor comprar coisas fáceis de fazer no mercado. Geralmente alugo apartamentos ao invés de hotéis para ficar escondida no meio dos locais e descobrir a cultura e os programas deles, muito melhor que só turistar! Mas, lembre-se que parceiro de viagem só é parceiro se dividir tudo, inclusive na hora de preparar alimento e lavar louça! Portanto, hombres!!! Aos seus postos!

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