Terça- feira
01/10/2013
Após um primeiro dia com alguns percalços, realmente temos
que nos render ao ditado que diz que de dia tudo parece melhor, pois após
tomarmos nosso café da manhã , simples , mas gostoso, Silvia descobre que o
problema do caixa foi não termos avisado o Banco sobre a viagem, e assim ela acionou nossa parente e amiga Fernanda Turco para nos
ajudar do Brasil e ela o fez , embora um
pequeno inconveniente ainda poderia nos atrapalhar , a greve dos bancários . Só
saberíamos se daria certo ou não quando tentássemos no próximo caixa . A
Mariana havia dormido como um anjo e a Silvia, a Lia e o Osmar também
declararam que desmaiaram , portanto cá entre nós o único que havia dormido mal
era eu.
Bem, nossa próxima ação foi conhecer aquele que iria nos
servir e nos acompanhar até o fim da viagem, o Orlando (nome do meu falecido
pai), uma tremenda SUV que a GM chilena
nos arrrumou para que fizéssemos todo o resto de nosso passeio de forma terrestre. O Luis
(gerente da GM chilena), tem o agradecimento de todos nós , pois aquele veículo
operou milagres ( se é que existem) pois
além de levar nós cinco e nosso arsenal de bagagens, ultrapassou fronteiras e
resistiu bravamente a todo tipo de terrenos.
Rumo a
Portillo e tendo nossa primeira divergência.
Portillo fica 164
Km ao norte de Santiago, entre as cordilheiras e é a
rota para ir para o lado Argentino em
direção a Mendoza.
Antes porém no caminho paramos na cidade de Los Andes para almoçarmos e ali tivemos nossa primeira divergência . Eu
até então estava dirigindo o Orlandinho e nesse restaurante tivemos nosso primeiro contato com alguns termos da culinária
chilena. O grupo com gostos diversos : A
Mariana por exemplo não come carne de boi, mas come e gosta de pescados
, a Silvia eu e o Osmar comemos de tudo, inclusive peixes. Silvia e a Mariana comeram truta e
salmão com purê de batatas e salada, eu pedi uma chuleta de cerdo (bisteca de
porco novo) com batatas e arroz , o Osmar pediu um Pollo a Lo pobre , que são a
coxa e a anti coxa grandes com dois ovos fritos e papas (batatas) fritas ,
aquilo era para pobre comer e não reclamar da vida, a Ismalia daí em diante sempre iria ter dificuldade
para comer e nesse dia ela pedia salada
completa e batatas . O problema foi quando pedimos uma garrafa de vinho para
acompanhar o almoço. A Lia começou a
dizer que discordava que eu e o Osmar
dirigíssemos após beber. Eu argumentava que uma taça de vinho não afetaria o
discernimento de ninguém para dirigir . Foi baixando uma nuvem escura na mesa .
A Mari percebendo a situação tomou a iniciativa e disse que queria ir dirigindo
até Portillo.
O caminho até lá já é
particularmente lindo e a subida do
morro gelado que leva até lá tem 32 curvas , mas ao chegar o que vimos recompensou qualquer
dificuldade. O Hotel Portillo é muito lindo ,
a laguna Del Inca que fica aos pés dos montes gelados e a sensação de
andar na neve pela primeira vez é indescritível, o que incomodava era o frio de 6 graus com um
vento cortante que nos dá a sensação de zero. Apesar da beleza indescritível da
paisagem , entrar no Hotel quentinho e tomar um café igualmente quente foi
muito bom. Ali no hotel tivemos uma ótima surpresa , lá havia cajás (ou os caixas eletrônicos) e voilá de repente as
duas famílias voltaram a ter dinheiro no bolso (pesos chilenos) , o almoço já
tinha sido pago com tarjeta(cartão de crédito). Felizes da vida e ainda
inebriados com o visual saímos de lá e
pegamos o carro para continuar viagem rumo a Viñas del Mar, que é o litoral
badalado do Chile , aí o Osmar foi dirigindo, acho que a Lia tinha esquecido,
ou eles não confiaram na Mari dirigindo, apesar que ela tinha ido muito bem.
Praia que te quero praia
Após uma viagem de mais umas duas horas e após passar por
fora de cidades importantes como
Valparaiso e Valdívia chegamos à Viña del Mar, uma cidade
agradabilíssima , não só a primeira
vista, mas o mais importante naquele momento era achar o apartamento que
tínhamos alugado e tirar as malas do carro. Como vínhamos daquela experiência do
Hostel de Santiago estávamos apreensivos, porém tivemos uma agradável surpresa.
A apartamento era muito bonito, o edifício moderno, com wi-fi, TV LCD, DVD, uma pequena porém funcional cozinha, uma suíte
, um quarto com duas camas de solteiro e um sofá cama na sala , pronto estava
perfeito.
Nesse dia só seria possível dar uma pequena volta de
reconhecimento e comer alguma coisa ,
guardando forças para o dia seguinte que seria intenso. Aí surgiu mais uma
divergência . Já na rua, a Silvia começou a falar de comprar no
supermercado coisas para o café da manhã e a Ismália dizia que não viajava para
ficar tendo trabalho em cozinha e que
independente de qualquer coisa , ela e o
Osmar fariam o café da manhã numa padoca . Só que a Lia esquecia um pequeno
detalhe, as padarias do Chile e de vários outros lugares, só fazem pães e doces , que, segundo as meninas , folheados com creme
super saborosos , portanto, não são como no Brasil e particularmente em São Paulo , onde padarias são sinônimos de lojas de conveniência
e quase restaurantes ,
aí ela teve que se resignar a ajudar a comprar as
coisas (Leite, danones, manteiga pão e
bolachas para comermos no apartamento.
Enquanto isso do outro lado de Gothan City eu e o Osmar escolhíamos os vinhos,
o queijo e o salaminho que iríamos tomar
e comer logo mais no nosso novo habitat.
Antes de irmos para o apartamento , em
uma simpática lanchonete comemos empanadas (que iriam nos perseguir pelo resto
da viagem) . Chegando à nossa nova morada tomamos vinho, sucos , comemos queijo e salame
, demos algumas risadas de todos os acontecimentos e fomos dormir, nos preparando para as agradáveis surpresas
do dia seguinte. Novamente
a pessoa para quem estava tudo bem , mesmo que estivesse dormindo num
sofá, era a Mariana, que estava
demonstrando um ótimo senso prático e de grupo. A Silvia como sempre já tinha
na cabeça a programação completa do dia seguinte. Eu às vezes a critico , mas
se não fosse ela e seu detalhismo nós estaríamos fu................ O amanhã
nos aguarda .

Ah, Fernando! Que beleza o bom senso da Mariana! Por isso dizem que não devemos confiar em quem tem mais de trinta! kkkkkkkk. Quanto aos trabalhos na cozinha, concordo com a Ismália, em partes, mas dependendo do quanto se tem nos bolsillos, é melhor comprar coisas fáceis de fazer no mercado. Geralmente alugo apartamentos ao invés de hotéis para ficar escondida no meio dos locais e descobrir a cultura e os programas deles, muito melhor que só turistar! Mas, lembre-se que parceiro de viagem só é parceiro se dividir tudo, inclusive na hora de preparar alimento e lavar louça! Portanto, hombres!!! Aos seus postos!
ResponderExcluir