Ano Estelar 2013
Diário de bordo 30/09/2013
Para quem me conhece é fácil entender porque comecei desse
jeito em tom de brincadeira . A verdade
é que sempre fui muito ligado em ficção científica e aventura e embora não esteja narrando nenhum fato que
seja apenas fruto da minha imaginação, uma viagem afinal de contas é sempre uma
aventura, principalmente quando você está saindo fora de seu país e onde por
mais que você programe as coisas (e a Silvia é especialista nisso) o inesperado
sempre fará uma ou várias surpresas. Esse passeio está se revestindo de grande
importância pois além de irmos eu, minha esposa Silvia , um casal de amigos,
Osmar e Ismália , também está indo Mariana , minha filha mais velha de apenas
26 anos , com quem algum tempo atrás tive sérios atritos e apesar disso já
estar superado , essa viagem poderia ser um momento de selarmos de vez um
relacionamento de amor de pai e filha que para mim é tão importante. É uma pena
que minha filha Natália , por estar recém empregada , não pudessse ir conosco, tenho certeza que ela teria
adorado, na próxima aventura ela deverá estar junto, nessa aqui além de ficar
em casa, ficou tomando conta de nosso cãozinho (Biscoito é o nome do figura).
Rumo ao Chile e “Viva
Allende”
O tão esperado dia da
viagem finalmente chegou. Malas prontas , eu
, Silvia e Mariana estamos saindo de casa com a Spin (Chevrolet), nós
três e a bagagem que não é pouca , passamos da casa de minha irmã (Magali) e
meu sobrinho Rodrigo vai levar a nós todos e depois trará o carro para minha
casa . Após apanha-lo rumamos
para a casa de Osmar e Lia (diminutivo de Ismália) , os apanhamos ( a
eles e as malas que também não eram poucas )
e seguimos para o aeroporto de Cumbica .
Lá chegando fazemos o check-in, despachamos as malas (apenas
as de bagagem) e fazemos um pouco de hora para o embarque que deveria ser às 15
hs. Em nosso mesmo vôo há uma delegação de atletas cadeirantes
paralímpicos e devido à dificuldade de
operacionalização de todos esses passageiros o vôo acaba atrasando em torno de
uma hora .
Após quatro horas de vôo,
com alguns solavancos começamos a sobrevoar Santiago, nos preparando para a aterrissagem,
é uma pena que já chegamos à noite e não
pudemos apreciar do alto a vista das cordilheiras , mas não faltará
oportunidade . Após o avião tocar o solo , voilá , estávamos na terra de Allende, Pablo Neruda
, Gabriela Mistral e do Colo Colo (time
mais popular do Chile, que se assemelha ao meu Corinthians no Brasil).
Já em terra firme
e com as bagagens em mãos tivemos
nosso primeiro obstáculo em terras
chilenas . Não levamos nenhum dinheiro em moeda local e os caixas
eletrônicos não estavam aceitando o cartão de débito da Silvia , dessa
forma não tínhamos dinheiro nem para
tomar um café no aeroporto.
Depois através de negociação de pagamento em cartão de crédito fretamos um táxi van
e nos dirigimos para o Hostel que a Silvia havia reservado ,
apenas para passarmos aquela noite . A decepção foi geral, apesar de termos
sido bem atendidos era um muquifinho,
afora isso o frio era cortante e estávamos com fome.
Conseguimos trocar
alguns dólares com os donos do “ Hostel “ e fomos a uma barraca em
frente comer lanches, aí tivemos eu e o Osmar outro tipo de problema ( eles não
vendiam cerveja), pronto, nosso dia estava completo, mas mantivemos o bom humor acreditando que no dia
seguinte tudo seria melhor.
Voltamos para nossos alojamentos para dormir e esquecer o
frio intenso, antes de entrar para os quartos , encontramos lá na hospedagem
um estudante brasileiro universitário
paraense que sinceramente, fiquei muito em dúvida se ele não tinha cheirado uma
carreirinha , pois após nos contar entusiasmado ,que a juventude no dia do
aniversário do golpe militar de Pinochet (11/09/73) havia feito
manifestações e tinha havido muito
quebra quebra, até aí tudo bem , no Brasil também tinha acontecido isso e para
finalizar com chave de ouro ao falar sobre Cuba o rapaz entristecido falou que
Fidel havia morrido, ao ver-nos
perplexos dizer que isso não tinha acontecido , ele sai com essa: pode não ter
morrido fisicamente , mas a mente já se fue. Aí foi demais fomos dormir para
ver se um novo dia chegava logo.
Nosso quarto tinha duas camas de solteiro e um beliche , para onde a Mariana se dirigiu alegremente para dormir na cama de cima , ela só se esqueceu que a cama estava bem próxima do teto que era baixo, portanto deu uma testada na parede para fechar com chave de ouro aquele primeiro dia . Como seriam os próximos dias , que surpresas nos aguardavam ? Nada de querer saber a resposta , só queríamos desmaiar em nossas camas.
As fotos poderão ser vistas a partir do segundo capitulo. Vale a pena aguardar o próximo post.
A beleza de viajar em hostels é ter aquela sensação de desapego! À primeira vista, a gente, tão acostumada aos pequenos luxos de classe média,tem aquela sensação de muquifinho mesmo, mas tenho alguns amigos que decidiram fazer anos sabáticos e rodar o mundo de mochila. Daí o hostel parece um oásis porque te oferece tudo que realmente você precisa: uma cama, teto e abrigo contra o frio.e a preços bem camaradas!
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