sexta-feira, 12 de maio de 2017

Conhecendo a Ilha de Fidel e outros paraísos caribenhos - Capítulo 4

07/04/2017 Sexta feira - Conhecendo encantos e desencantos de Havana e  à noite,  caindo na balada. 

Uma noite reparadora de sono e acordamos no horário combinado , com todos tomando seus banhos (ou tentando), pois a água que cai da ducha é um fio. Isso talvez se deva à alguma medida de economia do liquido precioso.

Após darmos algumas risadas com isso , ganhamos as ruas e aí, na nossa esquina  descobrimos que no restaurante TOCKE tomaríamos um bom café da manhã (desayuno) e seríamos bem atendidos pelas garotas que lá trabalhavam no período da manhã . Os cafés saíram em torno de 5 CUCs por pessoa .

De lá rumamos para a ETECSA e para o banco para trocar dinheiro, e enquanto Silvia e Sandra foram à  Telefônica local eu e José  enfrentamos  fila e espera para trocarmos Euros e Dólares . Feito isso, seguimos para o Malecón  apreciando a beleza dessa grande avenida ,  não sem antes pararmos em um barzinho para tomarmos um café, nem preciso dizer , que o garçom , vendo os brasileiros ali "desamparados" , se ofereceu para nos levar num lugar ali bem próximo onde segundo  ele , poderíamos naquela semana comprar charutos legalizados e originais por 50% do valor, desde que comprados por representantes das cooperativas . Silvia e Sandra , encantaram-se com os preços, embora aquele local parecesse um centro de umbanda e compraram logo 6 pequenos charutos . O garçom parecia não acreditar em tamanha sovinice, pois acho que ele pensou que ganharia uma polpuda comissão, rsrsrsrsrs.

Continuamos então nossa caminhada pelo Malecón , chegando até a praça José Martí, daí em diante, embrenhamo-nos  pelas ruas perpendiculares , em direção ao centro velho de  Havana , passando por uma zona bastante periférica , com muitos comércios populares , inclusive algumas carnicerias (açougues) que causam uma reação bastante desfavorável. Começamos então a descortinar ruas repletas de prédios que se transformaram em cortiços e isso foi obra da revolução , pois mesmo que em condições difíceis , toda família cubana deveria ter um teto , a nossa prima Sandra ficou bastante impressionada quando viu sair de um desses imóveis uma senhora , com um penico na mão e descarregar o conteúdo na sarjeta da calçada . Na verdade caminhar por essa região da cidade , tanto pelas construções , como pelos carros antigos, nos remete ao passado, parece enfim , que entramos no túnel do tempo, só que voltando só para o passado e além de tudo, com muito lixo acumulado pelas ruas .

Estávamos na verdade  em busca do "Paladar La Guarida" que fica próximo da calle Gervásio , esse restaurante ficou famoso ao ser exibido durante o filme cubano "café e chocolate" e aí nós sentimos o peso da fama, pois ao chegarmos ao local soubemos que não teriam condições de atender mais ninguém , pois só com reserva e haviam muitos grupos de turistas levados por guias , pudemos pelo menos perceber que o restaurante é  bem bonito e os pratos que passaram debaixo de nossos narizes pareciam deliciosos . Pedimos uma indicação de um lugar com qualidade semelhante e não nos arrependemos do que iríamos conhecer.

Na própria Calle Gervásio , chegamos a um prédio , em que a parte de baixo é a residência , sabe essas casas com 10.001 badulaques , parece que isso é uma cultura cubana , são acumuladores de coisas velhas . Subindo às escadas chegamos ao Paladar chamado "Notre Dame des Bijoux", que fica numa  varanda  e é comandado pelo gerente Jesús , pois é,  (só Jesus salva), pois bem passamos momentos maravilhosos nesse local , com várias decorações interessantes , seus drinques (mojitos , cervejas e sucos) e uma comida à base principalmente de pescados (camarões e lagostas ) feitos ao alho e óleo , simplesmente sensacionais  e o custo na faixa de 15 CUCs por pessoa , valeu  muito à pena .

Após esse delicioso almoço, percebemos  que além de saciados, estávamos também muito cansados, pois havíamos caminhado muito e queríamos conhecer alguns pontos turísticos da região bem central de Havana , então resolvemos  dar um descanso aos pés e cada casal pegou um Coco Táxi, não  aqueles de motocicleta com um tipo de orelhão para 2 pessoas atrás , mas pegamos na verdade um desses só que bicicleta mesmo, tanto eu e Silvia , quanto Zé Carlos e Sandra  e foi divertido (para nós) , pois no  nosso havia inscrição BMW  e dizendo ser bom, bonito e barato , cada corrida saiu em torno de 4 CUCs  e foi bastante divertido, era bastante interessante e José e Sandra também notaram isso, a delicadeza com que nossos motoristas passavam em qualquer  depressão ou buraco da rua .

                                                  A parte cultural

Chegando ao nosso destino, despedimo-nos de nossos atenciosos motoristas e fomos para conhecer o Museu da Revolução, que fica na Plaza dos Poderes , embora não tenhamos entrado devido ao preço , cobram 9 CUCs por pessoa , achei muito caro, sempre achei e continuo achando,  que museus deveriam ser de fácil acesso para qualquer pessoa , depois circundando o museu  está o memorial Granma , onde está o iate de mesmo nome , que trouxe Fidel  e outros guerrilheiros do México para iniciar a luta armada contra  Baptista , depois passamos pela Bodeguita del Medio, que é vizinha da Plaza da Catedral  e  famosa por seu mojito . No lugar há uma frase de Hemingway , que diz: " meu daiquiri no Floridita e meu mojito no Bodeguita ".

Depois disso , tomamos um café no Hotel Inglaterra e aproveitamos o sinal de Internet para mandarmos e recebermos mensagens de whatss app, no café aproveitamos e apreciamos um grupo musical tocando uma ótima música cubana, logo em seguida , passamos em frente ao Teatro Alicia Alonso , que é majestoso , em seguida , entramos rapidamente no Floridita , que é muito lotado e pudemos ver  a escultura de Hemingway no balcão, em seguida passamos em frente ao Capitólio, que estava cerrado( fechado ) para obras , mas é muito lindo e é uma réplica perfeita em tamanho e tudo  ao Capitólio de Washington, atrás desse imenso prédio tem a fábrica de charutos Patargás , que é a maior e mais famosa do país, pretendíamos fazer uma visita, mas foi impossível , em função de obras na estrutura do prédio, aliás,  essa região de Havana é caracterizada por inúmeras obras de restauração de edificações e nesse aspecto Havana pulsa .

Estávamos exaustos e aí para voltarmos à nossa vivienda .Pegamos um desses táxis antigos , que era um Oldsmobile  58  e aí tivemos a oportunidade de bater um bom papo com o motorista e por ffim pedimos que ele nos deixasse no Copélia, pois queríamos experimentar seu famoso sorvete . Na entrada encontramos duas brasileiras do interior de  São Paulo, com as quais conversamos um pouco  e elas nos deram uma sugestão para  a balada . Um fato engraçado, foi que como tínhamos trocado uns poucos CUCs por CUPs (peso cubano), então fomos tomar sorvete na mesma área dos cubanos nativos  e quando um deles se referiu ao lugar destinado aos turistas ele falou, "ali é outro mundo".

                                                       A  Balada 

Não queríamos sair de Havana sem curtir um show típico e em primeiro lugar desistimos do Hotel Nacional que era muito caro e aceitamos uma indicação para ir ao Restaurante e Salsa 1830 e foi o que fizemos , após um pequeno descanso e um fio de banho tomado, rsrsr. Pegamos um táxi para ir, pois era bem longe .

Chegando no local , na fila à nossa frente , havia um casal , que disseram ser irmão e irmã , eu não gostei muito da conversa e o cara olhava para mim e dizia que eu era muito sério. Ele era um tipo rastafari e ela dizia que queria ser designer de roupas , mas na verdade fazia consertos e reparos de roupas . A hora que a bilheteria abriu,  o rapaz foi barrado pelo segurança por causa da vestimenta e a moça perguntou se podíamos pagar a  dela até um amigo seu chegar , percebendo o golpe nem demos atenção e entramos. O lugar era bem ao lado de um quebra mar e portanto batia um vento um pouco gelado, mas enfim tudo era animação, tomamos uns drinks e por fim começou o show com dança e música , bem animado, o local estava abarrotado de gente e na medida do possível curtimos o show dançando um pouco e assistindo. Um ponto negativo é que as luzes do palco ficavam direcionadas para o público e isso nos incomodava e tirava um pouco de nossa visão .

Quando foi em torno de 2:00 hs da manhã resolvemos ir embora e dessa forma fechar com chave de ouro nosso prazeroso e cansativo dia . Ainda passaríamos do Tocke antes d e nos recolhermos para comer um lanche , pois na balada apenas petiscamos bem pouco, o que pudemos inclusive notar nessa parada é que por alguns motivos: o  regime é forte , é proibido o uso de arma de fogo, a dificuldade ainda com a Internet , enfim , penso que a junção desses motivos leva a que Havana seja uma cidade extremamente segura  e por isso às 2:00 hs ou 3:00hs da madrugada é comum vermos as ruas lotadas de pessoas , principalmente, jovens , nas ruas, conversando e se divertindo.

Amanhã conheceremos nosso navio e despacharemos nossas bagagens  rumo ao cruzeiro pelo Caribe, novas e belas surpresas  nos aguardam.




















































































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6 comentários:

  1. Lindo lugar companheiro e "viva la revolucion"

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  2. Fernando, muito legal esta viagem à ilha de Fidel. Você percebeu em algum momento que há expectativas pelos nativos em relação à possibilidade de reaproximação com os EUA, ou o Trump avacalhou as tratativas que o Obama iniciou?

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  3. Orsini, legal vc estar acompanhando. Há realmente uma boa expectativa em relação à reaproximação com os EUA. Porém interessa muito a eles o dom do embargo econômico que ainda não aconteceu. Quanto a Trump, para eles é uma incógnita.

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