quinta-feira, 6 de março de 2014

Capítulo 6- Conhecendo um pouco de Pucón

05/10/2013- Sábado
Conhecendo um pouco de Pucón
Acordar em Pucón já é gostoso por si só , pois aquele frio matutino, misturado com o cheiro do verde e também de lenha queimada, já nos dá aquela sensação de que não estamos em nosso habitat natural, portanto há muito a desvendar.
Para se ter uma idéia dos contrastes e do conjunto de belezas naturais desse lugar, entenda-se: essa charmosa estação de esqui é cercada de montanhas nevadas , lagos de águas transparentes , florestas, parques nacionais , rios, cachoeiras , termas , praias vulcânicas e o onipresente vulcão vila rica.
Após nosso café da manhã, decidimos que primeiro iremos ver o lago vila rica A partir de onde estamos são apenas alguns quarteirões onde encontramos um píer onde nos é oferecido um passeio de barco pelo lago e onde pela beleza do lugar acabamos tirado fotos muito lindas , principalmente a Mariana, que conseguiu tirar uma foto nossa sombreada, imitando a capa de um disco dos Beatles que ficou simplesmente sensacional.
Era chegado o momento muito esperado por todos . Iríamos ao Parque Cuevas Volcânicas conhecer as famosas cavernas que foram feitas pela ação da erupção e lava vulcânica do Vila Rica .
Lá chegando pudemos negociar o valor das entradas , novamente nos baseando na baixa temporada. Após algumas idas e vindas, conseguimos nos acertar e fomos para o estacionamento e depois conhecer aquele que seria o nosso guia nesse passeio, que chamava-se Jorge . Antes de ir para a caverna, passamos por um chalé onde Jorge fala e explica sobre as atividades vulcânicas no chile e aí ficamos sabendo que estima-se que atualmente o Chile deva ter em torno de 3.500 vulcões . Após as explicações e todos do grupo estarem com o equipamento de segurança(capacete) dirigimo-nos à caverna . Não fosse pela pequena claridade as fotos teriam ficado sensacionais
As explicações de Jorge eram sensacionais e ficamos fascinados pela beleza das paredes que pareciam ter sido feitas com chocolate. Quando chegamos na parte final da caverna ( a que é permitida para visitação) nosso guia faz um brincadeira , ele diz que a participação dele naquele passeio terminava ali e desliga em apenas um botão todas as luzes da caverna, o escuro total é assustador. Logo Jorge acende de novo as luzes e passamos a nos dirigir para fora da caverna convictos de que tínhamos vivido uma experiência fascinante.
Saindo do Parque, dirigimo-nos à praia branca, onde tiramos a famosa foto da Silvia em posição de ioga. Ali aconteceu um fato engraçado . Enquanto eu, Silvia e Mariana curtíamos a beleza e tranqüilidade do lugar, Osmar e Lia se afastaram andando e foram perto de um lugar onde ouvia-se canto de pássaros . Lia prevendo que talvez fosse algum ritual de acasalamento ou ninho afasta-se e fala para o Osmar ir com ela, ele


talvez não tivesse entendido, mas de repente, de dentro das árvores que circundam essa prainha saem voando dois pássaros de porte grande e um deles dá um rasante em direção à cabeça do nosso amigo, que não vê outra saída a não ser sair em desabalada carrera . O alemão, de brancão , estava vermelho que nem um pimentão, rimos muito.
Terminamos de curtir o pôr do sol na lagoa , na região central da cidade e pudemos constatar a beleza tranqüila da natureza e daquele lugar que parecia que em alguns momentos parava no tempo, tamanha a sensação de torpor que todas as atividades ali nos proporcionavam, mesmo que fisicamente estivéssemos exauridos, nossas mentes pareciam que estavam num acelerador contínuo . A todo momento eu dizia que queria passar apenas esse restinho de ano naquela cabana e em Pucón.
Quase fui preso em Pucón
Em função do passeio na caverna, no horário do almoço apenas fizemos um lanche leve, então como já passava das oito da noite, na verdade quase nove , após uma rápida visita à algumas lojas do centro, resolvemos procurar um restaurante e comer por ali mesmo. O jantar foi legal, com base principalmente de pescados e logicamente a negociação da Lia para um prato que fosse vegetariano. Durante esse jantar eu e Silvia quisemos provar a cerveja escura que eles ofereciam e dessa forma tomei duas long necks , o que para os meus padrões não é nada. Saciada a fome vamos para casa , ou melhor para o nosso chalé.
Quem estava dirigindo o Orlando era eu, e não é que logo na esquina , tem um comando dos carabineiros (polícia chilena) e nesse momento nosso carro é parado. Mariana que está no banco de trás , bem atrás de mim, falou uma palavra quase profética , "Fudeu", sabemos que a legislação brasileira é bem rígida em relação à dosagem de álcool permitida, que é praticamente zero.
Após o policial me explicar como usar o bafômetro e eu abrir a embalagem plástica e tirar o caninho que deve ser acoplado ao resto da máquina, soprei seguindo as instruções , depois parei e entreguei ao agente da lei que olhou , pensou e disse "Mui biem, puede seguir". Aquele caninho do bafômetro passou a ser meu talismã . Tenho ele guardado comigo.

A sensação de alívio foi geral, rapidamente fomos para o nosso chalé , que estava a dois quarteirões de distância e lá lembrando do ocorrido demos muitas risadas , tomando um bom vinho e o Osmar ficava falando : A Silvia já estava pensando em como ia achar uma embaixada brasileira e um advogado para te tirar da cana. Realmente aquele dia foi mágico, quase tudo aconteceu conosco em algumas horas .É isso aí, estávamos curtindo a magia da viagem. Amanhã continuamos em Pucón.












































Fotos : Mariana Turco

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