08/10/2013- Terça-feira
Falta pouco para los Hermanos
Esse dia realmente
estava muito frio e chuvoso, saímos da pousada em torno de nove e meia da manhã
, imaginando que nosso trajeto até a balsa
e o que vem depois talvez
perdesse um pouco da beleza em função do mau tempo. Antes de despedir-mo- nos
de Neltume , através de algumas
pesquisas que fiz, não pude deixar
de reverenciar a memória daqueles combatentes da esquerda chilena
(MIR), movimento da esquerda revolucionária ,
que tanto lá como em Choschuenco
estabeleceram bases de resistência ao golpe de Estado de Pinochet, visto serem
locais estratégicos para a luta
camponesa , tanto para o combate ou como rota de fuga, o
que infelizmente acabou ocorrendo.
Bem ,após nosso café
da manhã e o ritual da bagagem, dirigimo-nos para Puerto Fuy, que pelo censo de 2002 tinha aproximadamente 400 habitantes , chegamos antes do
horário pois a balsa só sai às treze horas e chegamos lá às onze e meia . A
chuva era forte e nos refugiamos em um café que fica ao lado do píer da balsa.
A dona , uma senhora muito simpática nos vendeu uns chafés (pois o Chile pode
ser bom para várias coisas, mas seu café é horrível, a maioria é Nescafé),
chegando a hora de embarcar , faz-se primeiro manobras porque todos tem que
entrar de ré . Carro acomodado entramos na balsa e vamos para o segundo andar ,
onde se tem uma vista maravilhosa e
também bancos para descansar .
Começou a viagem, uma hora e meia de balsa , atravessando o
grande lago Pirihueico, que é um dos 7 lagos que ao sul faz parte da reserva Huili Huili e que nos levará à fronteira dos dois países, pena que a chuva e a neblina
atrapalharam , pois a paisagem era soberba, um lago , quase um mar, cristalino
e nas laterais o espetáculo do verde de montanhas , com seus picos nevados e
depois abaixo o verde que infelizmente às vezes me lembra o Palmeiras F.C.. No
caminho, a Silvia conversou em inglês com um grupo de viajantes
alemães que estavam nesse passeio e que
iam até Hushuaia. Ismália e Osmar tiravam fotos e Mariana também de vários
ângulos da balsa. A paisagem é simplesmente soberba .
Terminado o trajeto, percorre-se mais uns três quilômetros e
chega-se primeiro à alfândega chilena
para depois passar também pela imigração
argentina. Nosso destino é San Martin de Los Andes, após rodarmos mais uma hora
chegamos e estamos morrendo de fome. Nossa primeira impressão da cidade foi
muito boa, é bonita, limpa, as lojas,
todas novas e muito modernas e só
não estava lotada por ser baixa temporada . é uma estação de esqui super
charmosa, hoje inclusive um refúgio para quem quer fugir da super badalação de
Bariloche( com as mesmas vantagens só que menor), mas voltando à
fome...........
Peperone Argentino
Fomos atrás de
restaurantes e tivemos uma decepção, a maioria só atende para almoço das onze
até às 15 hs, após é cerrado(fechado), descobrimos então que um fast food estaria aberto que é o “Peperone”,
o equivalente aqui no Brasil à Pizza Hut, lá aceitavam tarjeta (credicard) .
Pronto , mesmo eu detestando isso de comida rápida meu estomago fez o trabalho
de convencimento. Notamos após o almoço que estávamos com outro problema, que
teria que ser resolvido rapidamente .
Sem dinheiro
na Argentina e depois ricos
Após darmos uma passeada pelo centro comercial e querendo saber como resolveríamos o
problema do dinheiro, nos informamos que a uma quadra de onde estávamos havia
uma loja que trocava dólares. Até lá nos dirigimos e tivemos uma surpresa . O
câmbio oficial é de um dólar para três
pesos e vinte e no paralelo estava um por nove e vinte, nosso assombro foi
total , pegamos aquela dinheirama e no dia seguinte nos demos conta que
tínhamos que trocar tudo o que tínhamos lá.
Depois disso fomos procurar uma pousada , de preferência
cabana, pois tínhamos nos apaixonado por elas. Achamos uma, chamada Viejo Nogal
( que quer dizer, velha nogueira ) ,
super agradável e grande , fomos atendidos por uma loura
tingida meio esquisita que o Osmar apelidou de “ Herzog”, mas que ao final
acabou se mostrando muito atenciosa e amável.
Resolvido o problema do chalé, voltamos à rua e fomos
explorar mais o comércio local. Imaginem vocês , eu que sou diabético, entrando
em lojas de chocolate , cuja decoração são pilhas e pilhas dessa negra e branca sedução. O paraíso ali estava, para
as formigonas de plantão. Depois de bastante percorrer a cidade e entrar em alguns locais típicos , fomos ao
super mercado e compramos o de sempre , só que os vinhos agora eram argentinos , ou quase . Terminamos
a noite em nosso grande chalé e mais uma
vez a temperatura estava muito baixa , porém graças ás bebidas e o sistema de
aquecimento , lá dentro estávamos protegidos.
Amanhã será dia de compras para alguns.

Fotos: Mariana Turco
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