terça-feira, 11 de março de 2014

Capítulo 9- Falta pouco para Los Hermanos e Peperone Argentino

08/10/2013- Terça-feira

                                                Falta pouco para los Hermanos


Esse dia  realmente estava muito frio e chuvoso, saímos da pousada em torno de nove e meia da manhã , imaginando que nosso trajeto até a balsa  e o que vem depois   talvez perdesse um pouco da beleza em função do mau tempo. Antes de despedir-mo- nos de Neltume  , através de algumas pesquisas que fiz,   não pude deixar de  reverenciar a memória  daqueles combatentes da esquerda chilena (MIR), movimento da esquerda revolucionária ,  que tanto lá como em Choschuenco  estabeleceram bases de resistência ao golpe de Estado de Pinochet,  visto serem  locais  estratégicos para a luta camponesa , tanto para o combate ou como rota de fuga,  o que infelizmente acabou ocorrendo.    

Bem ,após nosso  café da manhã e o ritual da bagagem, dirigimo-nos para Puerto Fuy, que pelo censo de 2002 tinha aproximadamente 400 habitantes ,  chegamos antes do horário pois a balsa só sai às treze horas e chegamos lá às onze e meia . A chuva era forte e nos refugiamos em um café que fica ao lado do píer da balsa. A dona , uma senhora muito simpática nos vendeu uns chafés (pois o Chile pode ser bom para várias coisas, mas seu café é horrível, a maioria é Nescafé), chegando a hora de embarcar , faz-se primeiro manobras porque todos tem que entrar de ré . Carro acomodado entramos na balsa e vamos para o segundo andar , onde se  tem uma vista maravilhosa e também bancos para descansar .

Começou a viagem, uma hora e meia de balsa , atravessando o grande lago Pirihueico, que é um dos 7 lagos  que ao sul faz parte da reserva Huili Huili e  que nos levará à fronteira dos dois países, pena que a chuva e a neblina atrapalharam , pois a paisagem era soberba, um lago , quase um mar, cristalino e nas laterais o espetáculo do verde de montanhas , com seus picos nevados e depois abaixo o verde que infelizmente às vezes me lembra o Palmeiras F.C.. No caminho,  a Silvia  conversou em inglês com um grupo de viajantes alemães  que estavam nesse passeio e que iam até Hushuaia. Ismália e Osmar tiravam fotos e Mariana também de vários ângulos da balsa. A paisagem é simplesmente soberba .

Terminado o trajeto, percorre-se mais uns três quilômetros e chega-se primeiro  à alfândega chilena para  depois passar também pela imigração argentina. Nosso destino é San Martin de Los Andes, após rodarmos mais uma hora chegamos e estamos morrendo de fome. Nossa primeira impressão da cidade foi muito boa, é bonita, limpa, as lojas,  todas novas e muito modernas  e só não estava lotada por ser baixa temporada . é uma estação de esqui super charmosa, hoje inclusive um refúgio para quem quer fugir da super badalação de Bariloche( com as mesmas vantagens só que menor), mas voltando à fome...........

                                               Peperone Argentino

Fomos atrás  de restaurantes e tivemos uma decepção, a maioria só atende para almoço das onze até às 15 hs, após é cerrado(fechado), descobrimos então que um  fast food estaria aberto que é o “Peperone”, o equivalente aqui no Brasil à Pizza Hut, lá aceitavam tarjeta (credicard) . Pronto , mesmo eu detestando isso de comida rápida meu estomago fez o trabalho de convencimento. Notamos após o almoço que estávamos com outro problema, que teria que ser resolvido rapidamente .



                                  Sem dinheiro na Argentina  e depois ricos

Após darmos uma passeada pelo centro comercial  e querendo saber como resolveríamos o problema do dinheiro, nos informamos que a uma quadra de onde estávamos havia uma loja que trocava dólares. Até lá nos dirigimos e tivemos uma surpresa . O câmbio oficial  é de um dólar para três pesos e vinte e no paralelo estava um por nove e vinte, nosso assombro foi total , pegamos aquela dinheirama e no dia seguinte nos demos conta que tínhamos que trocar tudo o que tínhamos lá.

Depois disso fomos procurar uma pousada , de preferência cabana, pois tínhamos nos apaixonado por elas. Achamos uma, chamada Viejo Nogal (  que quer dizer, velha nogueira )  ,  super  agradável  e grande , fomos atendidos por uma loura tingida meio esquisita que o Osmar apelidou de “ Herzog”, mas que ao final acabou se mostrando muito atenciosa e amável.


Resolvido o problema do chalé, voltamos à rua e fomos explorar mais o comércio local. Imaginem vocês , eu que sou diabético, entrando em lojas de chocolate , cuja decoração são pilhas e pilhas dessa negra  e branca sedução. O paraíso ali estava, para as formigonas de plantão. Depois de bastante percorrer a cidade  e entrar em alguns locais típicos , fomos ao super mercado e compramos o de sempre , só que os vinhos  agora eram argentinos , ou quase . Terminamos a noite em nosso grande chalé e  mais uma vez a temperatura estava muito baixa , porém graças ás bebidas e o sistema de aquecimento , lá dentro estávamos protegidos.  Amanhã será dia de compras para alguns.







































Fotos: Mariana Turco

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